quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Super Homem


Ser um super homem não é tarefa fácil,

mas também, não é tão impossível assim.
Porque super homem, é aquele que consegue enxergar
uma lágrima em um olhar...
Um lamento em um sorriso.
Super homem, é aquele que consegue ler nas entrelinhas...
E se torna um porto seguro quando tudo parece desabar.
É aquele, que entende a importância do silêncio...
e sabe as conseqüências das palavras.
Que aprecia a emoção de um sorriso,
e o aconchego de um forte abraço.
Super homem, é aquele que sabe o poder da sua força,
e a utiliza para vencer seus próprios medos e inseguranças.

Porque ele sabe que está longe de ser invencível,
mas é mutável, e pode se aprimorar cada vez mais, a cada dia que se passa.
Por isso, ele aprende com o passado,
e programa o futuro com sua visão de raio x.
Mas, é no presente, com pequenas, mas importantes atitudes,
que constrói a sua vida.
Que cada um possa descobrir o super homem que existe dentro de si mesmo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

"BBB 11" - Luiz Fernando Veríssimo


Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço.
A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo.
O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial.
Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.



segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Leão dono de circo - Gustavo Dias



Meu peito arde
arde sem respeito.
Arde a ilusão que sopra, enquanto
cubro meu espanto
e me deito
a sonhar
beijos invisíveis e noites
recortadas; navios piratas.
Arde, agora (sempre), meu corpo;
mão que não toca a tua
boca
isenta de meu beijo. Assim, invento-te
assim, corrompo
o tempo e engano a mim mesmo.
Engano, mas te vivo a meu modo:
irreal e submisso; leão dono de circo clandestino.
Arde, arde esse silêncio
que grita
clichês poéticos
vozes patéticas a ganhar forma, vida
e morte;
vozes que não existem, nada existe
senão essa vontade de voz
que persiste
- deixada à própria sorte –
em ser algo: trincheira, poema,
talvez
faísca leve sob a chuva noturna.






sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Hoje

Hoje sinto vontade de colocar no papel aquilo que meus lábios não ousam dizer.
Com a caneta na mão perco o medo de relembrar o que muitas vezes gostaria de esquecer.
Ainda exito em borrar a folha em branco, mas aos poucos percebo que nas entrelinhas está sendo escrita a história da minha vida.
Assim, vou descobrindo os pequenos milagres que muitas vezes mudaram o curso do meu destino.
Dias acinzentados que ficaram para trás...
Noites frias que ainda estão por vir...
Mas, não serão estes contrastes que nos impulsionam a viver?
Paixões que se foram como folhas secas ao vento; amizades conquistadas nos servindo de alento.
Alegria, dor, solidão, amor...
Cada um protagonizando sua própria história em roteiros inesperados, às vezes, desesperados, e com uma única certeza:
tudo acontece a seu tempo.
Alguns seguem recolhendo os pedaços de si mesmos.
Outros buscam o segredo do cofre da felicidade.
Muitos usam a máscara da falsidade para camuflar a peste do preconceito. Como se fosse possível não refletir na face aquilo que se leva no coração.
Mas seja com passos firmes, ou aos tropeços, sinto que cada dia é um novo recomeço, uma nova possibilidade.
Porque a vitória não é dos que não sofrem, mas sim daqueles que aprendem a conviver com a dor.